Dia após dia, chegam ao meu consultório pacientes que narram um quadro de desânimo, dizendo que a vida não tem mais sentido e que tudo perdeu a graça. Ao serem questionados como isso aconteceu, muitos relatam que foi um trauma que sofreram, e outros não sabem como chegaram a esse estado.
Depois de conversarmos um pouco, pergunto se já procurou um médico ou se faz acompanhamento com um psicólogo, e as respostas são as mais variáveis possíveis. Uns dizem que sim, mas que não está resolvendo e outros que já procuraram, mas não ajudou muito. Ainda há aqueles que não querem procurar um médico, pois não aceitam tomar remédio. Essas são algumas respostas entre tantas que já escutei.
Bem, eu não sou especialista, médica ou psicóloga. Sou uma terapeuta psicoespiritual que tem como objetivo de vida ajudar as pessoas a se sentirem melhores. Quem busca minha ajuda, aconselho procurar desde um clínico geral a um psiquiatra ou neurologista. Após isso, os encaminho a um psicólogo e, aí então, peço que retornem até meu consultório para tratarmos o espiritual. É aí que esbarro em uma resistência incrível por parte do paciente, começando uma saga de explicar porque se deve ter acompanhamento de todos esses profissionais.
No meu ponto de vista não especializado na questão técnica da depressão, são muitos os caminhos que levam os pacientes a essa doença terrível, desde traumas sofridos, a casos de estresse crônico, que levaram a níveis extremos de ansiedade, e se encaminhou para esse esgotamento total de reação. O paciente fica totalmente apático diante da vida.
Muitos me perguntam por que isso acontece, tentando entender o mecanismo desse emaranhado emocional, mental e físico que se formou sem eles terem percebido.
Na minha concepção, o ser humano é calçado em um tripé de corpo, mente e espírito ou vida espiritual, pessoal e profissional. Quando um desses está prejudicado, os outros também padecem. Os principais vilões que desestruturam todo esse sistema é o estresse, mediunidade não trabalhada, cansaço físico e falta de coragem para mudar a vida que está levando.
E aí chegamos na pergunta crucial para se começar um tratamento:
“Você precisa melhorar ou você quer melhorar?”
Se você só “precisa” porque seus parentes, amigos e chefes ficam falando, é bem pouco provável que o tratamento tenha o êxito esperado. Agora, se você “quer” melhorar, pelo menos 50% do tratamento já está garantido.
O que precisa ser avaliado é o grau de comprometimento da doença. Se já afetou o físico, o mental e o espiritual, onde a pessoa não tem mais vontade de viver, precisa dos três profissionais (médico, psicólogo e psicoterapeuta espiritual. Ou alguém capacitado a lhe ajudar como um padre, pastor ou dirigente da religião que você segue), dando suporte a tudo que está acontecendo. Mas se você ainda não chegou nesse ponto e os problemas ainda estão no campo mental – como pensamentos acelerados, falta de foco, dificuldade de levantar da cama, encarar mais uma jornada de trabalho, falta de criatividade – procurar um psicólogo ou um psicoterapeuta pode te ajudar a recuperar o ânimo e estabelecer novas metas.
Agora, entrando mais na minha área de atuação, um problema bem recorrente é a espiritualidade desajustada, mediunidade que não é aceita e dons que são desperdiçados.
Cuidar do espiritual vai muito além de procurar templos e repetir práticas que, às vezes, não se encaixam ao seu perfil.
É descobrir a melhor forma de fazer uma oração, se conectar com sua essência interior e descobrir as suas verdades. Pode ser meditar 5 minutos ou 1 hora, mas tirar esse tempo pra você. Talvez um passeio em um parque, na pracinha em frente ao seu prédio, ou em volta do quarteirão, acompanhado da mais preciosa companhia: A SUA!
Conversar com esse eu, que às vezes nos parece um estranho. Entender o que ele gosta de comer, fazer nas horas de lazer, o que ele pensa da vida e do futuro, se está feliz ou se tem algo que precisa ser mudado.